Não é absurda, a proposta educacional e política de Platão, apresenta de forma evidente que há uma estreita e necessária relação entre Política, Conhecimento e Educação. Quando sugere o sentido da Educação como Paidéia (Educação integral – corpo e alma), como um meio de construção de uma república ideal, sedimentada no Bem, no Justo e no Belo, ele dá um caráter muito parecido com o que entendemos de educação hoje. Platão aponta uma perspectiva que ainda alimenta a mística da educação como promoção e qualidade do ser. Seguramente que as repúblicas que se constituiriam a partir do horizonte utópico da república modelo se estabeleceriam em perspectivas diferentes em que a justiça, o bem e o belo seriam os fios da permanência desse estado perfeito de organização da Pólis, garantidos pela educação integral do ser humano. È nesse sentido que o pensamento educacional de Platão fixou-se nessa necessidade e possibilidade de qualificação do ser para vida coletiva. Definitivamente não há senso coletivo sem o empreendimento educacional.
Com Aristóteles a Politéia, de Homero, aponta que há uma proposta educacional muito curioso, pois os deuses têm características humana. Não só formas, mas atitude humana como ciúme, raiva, amor etc. Isso já dá uma perspectiva interessante, ou seja, se investimos na qualificação do nosso ser, através da educação, podemos alcançar um nível mais elevado de nossa existência, muito embora não tenhamos o dom da imortalidade, podemos nos assemelhar aos deuses na busca do conhecimento. Assim é que nasce aquilo que chamamos de estética da existência. Cada ser humano assume a sua autoconstrução como se fosse uma obra de arte. Com isso, a educação vai perdendo herança divina para assumir um caráter de finalidade humana. E Aristóteles, temos uma compreensão dialética da educação e, ao mesmo tempo, uma espécie de sistemática de tudo o que foi dito e entendido sobre o assunto Grécia Antiga e Clássica.
Para Aristóteles, não há problema com a política de (Platão) ou com o discurso de (Sócrates), desde que esses sejam acompanhados pela sua ética. O caminho apontado por ele mostra que estabeleceu no fato de que a educação ou o processo de conhecimento leva o ser humano a buscar o meio termo, a comedimento, nem muita festa nem de menos. Percorrido pelo bom uso do conhecimento, isto só acontece pela virtude obtida pela educação das novas gerações numa perspectiva de construção interior da pessoa.
De acordo com que vimos, acerca da educação, da política e conhecimento
debatidas por Platão, no período clássico grego são atuais e relacionadas em qualquer tempo.
Não poderíamos imaginar que usamos a filosofia de Platão, que busca uma educação integral para o homem, que esta educação sugere a busca de um caráter de conhecimento justo e bom.
Acreditamos que o nosso modelo educacional de certa forma não está completando os pré-requisitos básicos, para se ter uma sociedade moralmente apropriada e cidadãos efetivos, ativos e comprometidos com as decisões do Estado como pensava Platão. E sem dúvidas ainda deixamos grandes lacunas no que podemos denominar formação voltada à educação integral do homem.
Com Aristóteles não é muito diferente da Educação de Sócrates e Platão, ele defende a sua proposta educacional na Ética, como virtude. Afinal ambos influenciaram a educação por meio da virtude, ética e do conhecimento da vida e da sociedade.
A decadência Educacional atual é fruto de todo o sistema, a começar pelo meio familiar em que os cidadãos são educados, desembocando assim no contexto social, onde os mesmos participam de maneira ativa ou até mesma passiva.